A 4.ª sessão do ciclo Sem casas não haveria ruas dá a conhecer Embruxalados, contos de Maria Morais inspirados na cultura popular portuguesa, em episódios de tradição oral, superstições de família e algumas fantasias próprias. Neles se fala de bruxas(*), mulheres condenadas, almas penadas, lobos enganados, cabras monteses e certos fenómenos normais, anormais e para-normais relacionados. No fundo, são todos sobre mulheres. Apareceram assim e vieram todas com música e com música terão de ser contadas no dia 29 de Maio, às 18h30, na Fundação José Saramago.
(*) BRUXAS, s.f. Diz-se das mulheres que sendo normais do ponto de vista anatómico, fisiológico e psicológico, mas não raras vezes possuidoras de uma inteligência, sensibilidade, autonomia e habilidade acima da média, viram costas às regras do mundo e se deixam levar pelo diabo, a fim de poderem participar em convívios profanos, passear sozinhas à noite pelos outeiros, dançar, cantar e arejar as partes pudibundas do seu corpo sem restrições.
Maria Morais é lisboeta de nascimento e portuguesa de temperamento. Recolectora de memórias por instinto e restauradora de coisas e mundos por convicção, ainda não se sente uma contadora de histórias, estatuto que deseja que chegue com a idade. Assume-se, para já, como historietadora, uma espécie de pessoa que investiga, cria, encena, cenografa e interpreta historietas tendo como propósito a expressão individual, a fixação de memórias, a integração na comunidade e a partilha subjectiva e imponderável de coisas várias, mais ou menos poéticas.