Quando a minha filha veio há vinte anos ao mundo, eu pensei em escrever algo talvez profundo. O texto saiu p’lo meio e aquilo que sem querer resultou de tudo isto, foi o “Peido, logo existo”, que a BOCA faz renascer. Quando ouvi dizerem cá: “foda-se”, então pensei, deve ser com ph; Assim escrevê-lo-ei, p’ra falar da burocracia que existe em Portugal, da síndrome da hipocrisia de se portar bem ou mal… E o “Phoda-se” assim nascia, com a voz de Deus no final, mandando a BOCA, em defesa dessa luso-brasileira rica língua portuguesa, que nos torna especiais. Quem de nós não diz asneira, se não diz, é porque faz. Quando escutei certa vez o “coiso” da língua falada em bom calão português, achei que tinha piada levar o assunto a sério. A história ficou pronta e assim nasceu “O mistério do Coiso”, que a BOCA conta e reconta em som estéreo. Quando estava eu um dia na esplanada da Ribeira, sem saber o que fazia, vi passar à minha beira uma lindíssima micha muita boa numa mota. Pensei logo numa asneira e adaptei a anedota: “Um amor de lagartixa”, que a BOCA não faz batota e conta de forma brejeira. Quando resolvi falar do que há de mais profano no património oral do legado transmontano, nasceu “O Trasgo e o rasgo”, um conto em que eu não me engasgo com a BOCA de contar para o povo lusitano! Quando pensei, de repente, em falar de quem se acha melhor do que toda a gente, peguei no lápis, borracha e lembrei-me da anedota que ouvi contar um senhor. Escrevi rapidamente: “A rosa e a couve-flor”, que a BOCA nunca se esgota e conta-nos sem pudor. Quando pensei em contar uma história de amor, com a qual pudesse abordar as intrigas de poder que chafurdam uma nação, resolvi ser co-autor e comecei a escrever uma nova adaptação de um rimance português, chamado nesta versão: “Romance de Pedro Alemão”, que a BOCA traz desta vez. TB
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