A Boca e o Teatro Municipal da Guarda têm o prazer de convidar para os lançamentos do audiolivro O Senhor Henri, primeiro título da colecção Boca de Cena, dedicada ao Teatro.

Será servida uma conversa sobre a edição, um espectáculo que se escuta e um beberete de absinto.

Toda a informação, tim-tim por tim-tim, na tira:



O primeiro HOT Júnior apresenta-se em Faro e em Lisboa, com Olga Fonseca, Domingos Morais e duas mãos cheias de contadores.
Toda a informação na tirinha:




Eis o audiolivro de O Senhor Henri, o primeiro dos habitantes do “Bairro” de Gonçalo M. Tavares a entrar no catálogo da editora Boca, numa co-produção com o Teatro Municipal da Guarda, e inaugurando a colecção Boca de Cena, dedicada ao teatro.

José Neves é o Senhor Henri, que alia às qualidades do absinto um saber enciclopédico. A sonoplastia, de José Neves e Nuno Veiga, não fica atrás em taxa de inspirada alcoolemia, tal como a ilustração (desdobrável de cinco faces) de Luís Henriques, o grafismo de Pedro Serpa e os textos de enciclopédicos especialistas que compõem o livro, nomeadamente: Ana Paula Guimarães e Júlia Studart sobre Gonçalo M. Tavares, Ana Teresa Marques dos Santos sobre teatro radiofónico em Portugal e Nuno Félix da Costa sobre o absinto.

Produzida pela Projéc~ para o Acto Seguinte - Festival de Teatro da Guarda de 2010, esta peça radiofónica ganha agora vida perene em livresca existência na colecção BOCA de CENA.

O lançamento realiza-se no Teatro Municipal da Guarda, no dia 10 de Dezembro às 21h30, num espectáculo que se escuta, e ao qual se seguirá uma conversa com os editores, e repete no Bartô, dia 14 de Dezembro às 22h, com o mesmo figurino e com a presença de Gonçalo M. Tavares, José Neves, Luís Henriques e Américo Rodrigues, entre outros intervenientes.

A edição tem o apoio da Antena 2 e do IELT.

Contamos com a vossa presença, e um bom copo de absinto.



Os contadores apresentam seus contos

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Corre corre cabacinha
Um refrão que fica na cabeça, ou será na cabaça?! Já há muito tempo que o queria contar, mas faltava qualquer coisa, até que apareceu a Ana Sofia... e aí percebi o que faltava. Hoje temos um espectáculo chamado “Contos cantados” e tudo começou às voltas com esta cabacinha. Carlos
Sobre a cabacinha? A professora Isabel Cardigos um dia explicou-me assim: «A Cabacinha é um conto que corre corre que se farta em Portugal, mas não em Espanha, muito menos em França, e, enfim, só a vamos encontrar no Irão (e há, numa edição da UNESCO com tradução do Pedro Tamen, uma do Nepal... vá-se lá a entender.» E a velha furunfunfelha... pronto, também é velha! Ana Sofia

História da carochinha e O canário
Era, não era? E as irmãs fazem a sua parte… De braços estendidos, dedos entrelaçados, a minha irmã Vina fazia balancé e cantava: «Quem quer casar com a carochinha que é bonita e engraçadinha?»
Mais tarde, aprendi com Adolfo Coelho que a Carochinha se tinha tornado perfeitinha (com certeza foi à Olaria das Brotas). Mas aqui para nós que ninguém nos ouve, ela só conseguiu a solidariedade de todos porque se tornou uma carochinha de trazer por casa!
A minha irmã Lena chegava a casa, vinda do campo de trabalho universitário do Crato. Apesar de cansada, pegava na viola e cantava-me contando: histórias, canções, rimas, anedotas, lengalengas… E eu ia cantarolando as canções do José Afonso, do Adriano Correia de Oliveira, José Mário Branco, Padre Fanhais… foi assim que escorregou para o meu coração o “Romance do Canário”. Aprendi-o como se aprende uma canção. Mais tarde descobri que se tratava de um romance recolhido por Leite Vasconcelos, linguista e etnógrafo português, entre outras coisas. Hoje canto-a como uma cantiga narrativa, como quem conta uma história… são as voltas que a vida dá! Por tudo isto, agradeço às minhas irmãs oferecendo este conto e este canto aos meus sobrinhos. Joaninha



Zmeu

Os zmeus são entes das florestas encantadas, húmidas e escuras da Roménia. Esta história baseia-se num conto tradicional romeno, reescrito pela escritora Ángela Ionescu há cinquenta anos e que agora regressa à oralidade através desta versão pessoal: um pequeno valente que enfrenta com sucesso os maiores desafios. Gosto de pensar que os contos estão vivos enquanto mudam. E acho muita piada em dizer que um gigante esperto é perigoso, mas ainda mais um gigante tolo. É quase uma metáfora das forças que dominam hoje o nosso mundo. Rodolfo


Chica Amorica
Não sei precisar quando e como conheci a história da "Chica Amorica".
Parece que fazia parte da minha memória desde sempre, apesar de se ter deixado adormecer por uns tempos. Até que um dia, estava eu a procurar fábulas para trabalhar com os meus alunos, encontrei uma versão escrita. Mal comecei a lê-la, recordei-me imediatamente do final e de certos pormenores diferentes, vindos sabe-se lá de onde. Acrescentei-lhe o meu ponto e contei-a aos meus alunos. E continuei a contar, muitas vezes. Porque gosto dela. Porque gosto de a contar. Porque gosto de sentir as reacções de horror e alívio das crianças que a ouvem. Porque é muito importante estar atento às raposas da vida e saber que é possível ser mais esperto do que elas. Margarida

Tranglomanglo
Pediram-me umas linhas para vos contar como nasceu este conto. Encontrei-o numa recolha de contos populares - Cuentos al amor de la Lumbre - onde António Rodrigues Almodôvar registou alguns dos contos que escutou em Espanha. Chamava-se El Tragaldrabas. De cada vez que o contei, fui tirando um pedacinho aqui, colocando acolá, encontrando na palavra ou no silêncio o ritmo da escuta e do respirar. Juntei-lhe uma lengalenga, uma melodia, um sobressalto… mas é ainda um conto novo dentro de mim. Ainda é um pequeno conto.
Um conto demora muito tempo a crescer na boca e na alma de quem o conta. O conto cresce, como cresce o contador. E quando o contador cresce, cresce também o conto. Até ficar grande e totalmente redondo – como os contos gostam de ser –, este Tranglomanglo ainda tem de rodar por muitos olhos e orelhas, dormir em muitas almofadas, ainda tem de pregar muitos sustos. Só depois ficará polido e enorme, imenso… como penso que deva ser esse tal de Tranglomanglo. São assim os contos, precisam de muito tempo para ficarem maduros... uma vida! Com os contadores é o mesmo. Cristina

A língua da caveira
A língua da caveira é um conto tradicional de origem angolana. Consta no livro Contos Populares de Angola, de Viale Moutinho. Tomei conhecimento desse conto no livro Literatura Oral do Luís da Câmara Cascudo, o maior folclorista e investigador da cultura popular no Brasil. Esse livro é uma investigação que ele fez sobre as categorias do conto tradicional e sua trajectória, onde aparecem algumas histórias, entre as quais esta, que tinha outro título e era um bocado diferente da versão que fiz. Procurei seguir apenas a estrutura do conto, que é o que normalmente faço quando trabalho com os contos tradicionais. Não sou nada fiel ao aspecto antropológico das histórias porque não é este o meu papel. Sou um simples contador de histórias e, como tal, quando conto um conto, acrescento vários pontos, inclusivamente o meu ponto de vista sobre o que estou a contar. Nesse sentido, o que, especialmente, me chamou a atenção neste conto, foi o tema: a mentira. E dentro da sua cápsula narrativa, o nonsense do diálogo entre duas caveiras que não mentiram e morreram pela perversidade do poder instituído, neste caso, representado pelo rei. Moral da história: P’ra que serve a verdade, se não se acredita nela? Thomas




Pele de piolho
A história que conto, a versão que me serviu de base há muitos anos, consta da recolha de Luís da Câmara Cascudo, historiador e antropólogo brasileiro da primeira metade do séc XX. Chama-se, no Brasil, “couro de piolho”, e não "pele". A informante que lha contou chamava-se Luísa Freire e era de Macaíba, no Rio Grande do Norte. Luís



Dona Labismina
Quando eu era menina, no Recife, lá no Brasil, a minha tia-avó Nevinha gostava muito de me levar a dançar a “Ciranda de Lia”, que era uma roda de danças e cantigas na beira da praia, na ilha de Itamaracá.
 Eu me lembro da lua grande, redonda e cheia e da roda também redonda, grande e cheia, e de toda a gente cantando e dançando a noite toda ao som da percussão e da voz do "puxador", que ia cantando as quadrinhas e nós respondíamos atrás: «Eu tava na beira da praia ouvindo a pancada das ondas do mar... Essa ciranda quem me deu foi Lia que mora na ilha de Itamaracá». E era assim pela noite adentro. Um dia, depois da roda, estávamos eu e minha tia sentadas na beira da água e o mar estava bravo... a minha tia olhou para mim com aquele jeito muito dela, muito safadinho, e disse: «Ô filha, tu sabes porque é que o mar às vezes fica assim bem zangado, agitado, parece até que tá gritando com a gente?». Eu sabia que vinha história, e pedi: «Conte, tia, conte!». E ela contou assim... Claúdia







Era, não era
Uma valsa de palavras que dançam, uma canção para ti, para levares para casa a rodopiar na cabeça ou um até já, volta sempre! Ana Sofia e Carlos






Beijograd (fusão de beijo com Beograd) é uma selecção de poemas de amor de poetas de Língua portuguesa de vários séculos, de Camões a Gonçalo M. Tavares, de Ferreira Gullar a Mia Couto, de Vinicius de Moraes a Viriato da Cruz, de Ana Paula Tavares a Miguel Martins. A escolha é de Oriana Alves, Maja Španjević e André Cunha e o resultado um audiolivro bilingue publicado pela editora sérvia Sluzbeni glasnik, com produção áudio da editora portuguesa Boca.

Na curta apresentação que aqui partilhamos podem ver-se e ouvir-se excertos de cinco dos 42 poemas gravados, alguns deles em duetos sérvio-portugueses: "Maísa", de Manuel Bandeira, dito por Fernando Alves e Goran Jankuloski; "O Amor", de Mário de Sá-Carneiro, dito por Mrđjan Ognjanović (à mesa com Maja Španjević e André Cunha); "Meu amor é marinheiro", de Manuel Alegre, dito por Aleksandra Nedeljković; "Um adeus português", de Alexandre O'Neill, dito por Vladimir Petković; "Cosmocópula", de Natália Correia, dito por Anja Ćalić. Aparecem ainda Mauro Mascioli (saxofone), Darko Golić (contrabaixo) e Tijana Krstič (flauta), alguns dos músicos que improvisaram os sons e melodias a partir dos quais Nuno Morão e Oriana Alves fizeram a sonoplastia.




A gravação e edição é de Nuno Morão e Oriana Alves, com Maja Španjević e André Cunha, e a masterização e mistura de Pedro Magalhães (no Golden Pony Studio). A edição foi lançada na Feira do Livro de Belgrado que terminou a 30 de Outubro (com mais de 100 mil visitantes numa semana) e que este ano teve como país convidado a língua portuguesa, mérito da equipa do Centro de Língua Portuguesa de Belgrado, onde trabalham André Cunha e Maja Španjević.

Foi o livro mais vendido no pavilhão de língua portuguesa (entre mais de 30 títulos disponíveis) e o terceiro no da Sluzbeni glasnik, uma das maiores editoras sérvias. Aqui deixamos também um registo do lançamento, com poema de Mário Cesariny.


Fazendo o "Era, não era?"

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Algumas imagens do novo audiolivro da Boca e da sua feitura, correndo sobre a canção de Carlos Marques e Ana Sofia Paiva - última faixa do CD e tema ao qual fomos buscar o nome da edição.




Construído com esmero para crianças de todas as idades, este audiolivro lança-lhes um desafio: que continuem o jogo de contar que atravessa séculos, línguas, vales e montanhas, rios e até mares.

Só têm de fixar as personagens e acções principais e acrescentar o vosso ponto. Ou inventar uma história, uma quadra, uma lengalenga, um trava-línguas, uma adivinha novinha em folha, para passar de boca em boca.

Podem enviar as vossas impressões, dúvidas ou novas histórias para boca@boca.pt


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